quinta-feira, 28 de abril de 2016

Venenosa! Mais amor, por favor.

Advertência: este post contêm palavras ofensivas, um pouco de veneno, uma porção de sinceridade, opiniões dadas sem permissão, portanto, não provoque sua sensibilidade. Deve ser lido em doses homeopáticas e as palavras devem ser entendidas com mais humor, leveza.

“Venenosa... O seu veneno é cruel... Detesta todo mundo... A alegria alheia incomoda...”
(voz e performance de Rita Lee)

Oblómov* chama seu servo Zakhar de “venenoso”.  Segundo o servo, quando o patrão começa com as “palavras patéticas” o melhor é ficar calado, no cantinho, ouvindo “sem prestar atenção” porque as palavras são tolas, sem sentido.

Nosso estoque de veneno parece cada vez maior, nosso interesse na vida alheia também.

Como cantava (e alertava) Caetano nos versos “(A) todo mundo quer saber com quem você se deita, (B) nada pode prosperar”!
Quando A se apresenta o resultado é sempre B.

Antes de prosseguir, vamos distribuir um pouco de veneno. Aproveite, pode gritar, xingar. Liberte seus demônios!

Pronto, recupere a compostura.

Por que gostamos tanto de fuxicos? A vida alheia não parece sempre mais interessante?!

Vamos tricotar, vamos futricar a vida da(o) fulaninha(o)... FUTRICAR(palavra linda!).

Futricareis diante do meu cadáver. Futricarei diante do teu cadáver.
(Risadinha sardônica, pois esse é o momento Zé do caixão que te quero).

Sim, funeral parece ser o ambiente ideal para colocar a fofoca em dia, sobretudo se o babado for a respeito do(a) recém-morto(a).

Tom lúgubre! Enviemos a dama da gadanha para longe! Xô, dona Morte. Xô, “futriqueiros”(as) de plantão.

Voltemos às inquietações. Por que não podemos olhar o outro com mais amor? Ah, porque o veneno é muito mais divertido ;)

Para que pensar: “ah, a(o) fulaninha(o) é tão feliz, tão bem-sucedida(o), tão lépida(o) e fagueira(o)... Que bom, fico feliz por ela(ele)”, se podemos dizer por aí (para tantos quantos encontrarmos):“nossa, você viu fulaninha(o)... está tão lépida(o) e fagueira(o), aí tem, aí tem coisa, sinto cheiro de enxofre... (gargalhada venenosa)”.

Por que distribuir amor se podemos encarnar a(o) naja najo(naja macho), não é?

Será que os ideais de “paz e amor”,muito amor, da geração que era jovem nos anos 70 morreram quando eles(elas) se tornaram “sérios”(as), engravatados(as) e ficaram com vergonha de ter pirado?

Não, sabemos que não está morta a vontade de tornar o mundo melhor por meio do amor ursinhos carinhosos forever.

Sabemos também que há gente (muita) que só quer saber de f*der os outros na vida e na morte (em todos os sentidos imagináveis). Peço perdão aos meus dois leitores eu e meu marido pela falta de delicadeza. A palavra era necessária, pois, my lord, é vida real. Sem edição. Sem colorido e, às vezes, tem chuvisco.

É, querido(a), Clarice Lispector, na Macabéa, já te contava que “a vida é um soco no estômago”.

E se a de alguém não for, vamos dar um soco no estômago dele(dela). Algo bem naquele estilo “ou você está enganando ou está sendo enganado(a) por alguém”. Banânia mode on

Vamos sorrir mais, vamos gargalhar para as najas (machos e fêmeas). Aproveitar mais a vida (a nossa) e deixar que os(as) outros(as) vão para o inferno ;)

(Atenção: contradição se aproxima).

Sem olvidar que a vida é encontro. Encontro com o outro, que nos povoa, que nos faz mais ricos.

Brindemos por um encontro mais livre, liberto de veneno! com brut, por favor

Mas se quiser contar um “fuxiquinho”, pode chamar ;)

Para terminar, vamos cantar com Caetano: “Existe alguém em nós, em muitos dentre nós, esse alguém que brilha mais do que milhões de sóis e que a escuridão conhece também...”

Mais amor, bora conhecer os lados (muitos!) luminosos e obscuros de todos nós. Sim, da(o) fulaninha(o) também. Esforce-se para ver o Sol em mim, em você.


*Personagem do escritor russo Ivan Gontcharóv.

Nenhum comentário:

Postar um comentário